Como se fossem fantasmas, na penumbra da manhã, antes do nascer do sol, os Talha-mares voam baixo, rasgando a água do oceano na busca do alimento que lhes dará a energia necessária para mantê-los voando. Eles têm de fazer isto antes que os veranistas ocupem as praias e tomem o lugar que sempre foi deles, das Batuíras, dos Pirus-pirus e de tantas outras aves costeiras. Nos meses de verão elas são obrigadas a ceder suas áreas de alimentação ao homem, que sem pedir permissão, simplesmente toma conta das praias, restringindo radicalmente a possibilidade destas aves se alimentarem.
A cada ano mais espaço litorâneo é ocupado pelo homem. A cada ano as restrições de alimentação, nidificação e descanso das aves litorâneas são maiores.
Será que ainda veremos por muito tempo os Talha-mares cortando a água do mar com seus longos bicos, ou em breve serão apenas fantasmas?
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