sexta-feira, 20 de julho de 2012

Os jesuitas voltaram?

Será que eles voltaram para recomeçar o que foi destruído no século XVIII em São Miguel das Missões?

Não, eles estão apenas em uma missão de turismo religioso, para conhecer o que restou da utopia cristã - a terra sem males - que os missionários jesuítas quiseram implantar no sul da inóspita e selvagem América, descoberta um pouco mais de dois séculos antes, impondo aos nativos a cultura e os credos europeus.
Uma paradinha para uma prece coletiva...
...uma foto recuerdo...
...e já o grupo, que veio da longínqua Mendoza na Argentina, parte para seguir viagem, sem mais tempo para desfrutar ou tentar reviver a epopeia de seus antecessores, assim como qualquer outro mortal o faria, bem ao estilo urgente que caracteriza o início do século XXI.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Memorial Coluna Prestes


Os tenentes e outros oficiais de média e baixa patente do exército brasileiro estavam insatisfeitos com a política da época, principalmente com a inexistência do voto secreto e da falta de obrigatoriedade de ensino  público para toda a população. O movimento foi chamado de Tenentismo e culminou com a revolução de 1930 que alterou profundamente as estruturas do país, colocando fim à República Velha.
Um dos episódios mais marcantes desta época foi a Coluna Prestes. Uma marcha de aproximadamente 25 mil quilômetros através do Brasil que, ao longo de dois anos e meio, tinha como principal objetivo o de divulgar mudanças políticas e sociais e combater o governo da época, representado inicialmente por Artur Bernardes e posteriormente por Washington Luís.
A marcha teve em Luís Carlos Prestes um de seus principais líderes. Como na época ele servia ao exército na cidade de Santo Ângelo, foi de lá que a marcha partiu, em 1924, terminando somente em fevereiro de 1927, nas proximidades da fronteira entre Brasil e Bolívia.
A antiga estação ferroviária de Santo Ângelo, inaugurada em 1921 e desativada em 1969, abriga hoje o Memorial Coluna Prestes, com interessantes fotos, documentos e objetos da época, além de um original do mapa do Brasil, sobre o qual foi plotado o percurso da coluna pelos revolucionários.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Um dia especial

Hoje é um dia especial, pois comemoramos o aniversário de alguém que faz todos os dias serem especiais. Muitas felicidades Beatriz, minha querida esposa e mãe carinhosa. Te amo muito!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Imediatismo x paciência

A Esopo são atribuídas inúmeras fábulas, que são pequenas histórias que sempre acabam com uma moral.
Na infância eu costumava ler e reler diversas vezes um livrinho de fábulas de Esopo, sempre prestando muita atenção às ilustrações.
A fábula da disputa entre o vento e o sol, para ver quem era mais forte, me impressionava, pois aquele que à primeira vista era menos violento, menos agressivo, vencia, com a moral de que a amabilidade e a bondade são mais fortes que a fúria e a violência.
Ao que parece isto vale também para o confronto entre a arrogância do imediatismo e a humildade da paciência. 
Quem poderia dizer que uma pequena e frágil plantinha é mais forte que um sólido muro de pedras? O muro se considerou obra acabada, inatingível e permaneceu inerte, arrogante. Enquanto isto a pequena planta foi crescendo com humildade, dia após dia, ano após ano. Se tornou grande e, enquanto crescia, foi lentamente envolvendo e dominando o sólido muro, sem que este percebesse. Hoje o tem dominado, subjugado, envolto em seu abraço, do qual não há como se libertar sem ser destruído.




sábado, 7 de julho de 2012

Som e luz

Quando cai a noite no sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo, a paisagem se transforma e entra em cena o espetáculo Som e Luz. Apresentado desde 1978, ele torna as ruínas, e os elementos no seu entorno, em protagonistas da história da civilização criada por padres jesuítas e índios guaranis.



Ao longo de quase 50 minutos, as cores do espetáculo de luz têm a ver com a história que é narrada. As ruínas se tornam multicoloridas quando são recordados os tempos de prosperidade das missões;

são douradas quando é falado dos áureos tempos que pouco duraram;

assumem tons dramáticos e as luzes piscam como os raios de uma tempestade, quando a história dos ataques das tropas imperiais é recordada;


e as ruínas se colorem de vermelho quando é narrado o final das ferozes batalhas que banharam de sangue a região missioneira.

O espetáculo Som e Luz, narrado pelas vozes de famosos artistas brasileiros, nos conta, com notável dramaticidade, o que ocorreu no noroeste do Rio Grande do Sul em meados do século XVIII e quem visita a região das missões não deveria deixar de assisti-lo.





quinta-feira, 5 de julho de 2012

Capela Verzeri em Santo Ângelo

Muitos acreditam que as pinturas são de Aldo Locatelli, mas na verdade, quem usou os pincéis para decorar a capela do colégio Teresa Verzeri, em Santo Ângelo, foi um de seus assistentes, o também italiano Emilio Sessa, que chegou ao Estado, com Locatelli, em 1948.
Trabalharam juntos em grande parte das obras assinadas por Locatelli, sendo as mais conhecidas a Igreja de São Pelegrino em Caxias do Sul, os afrescos do Palácio Piratini e do antigo prédio do Aeroporto Salgado Filho.
A capela de Santo Ângelo é uma obra muito interessante, muito bem conservada, de grande valor histórico.







A capela foi tombada pela Secretaria Estadual de Cultura em 2010. Quem for à cidade missioneira, não deve deixar de visitar esta interessante obra realizada em 1953 e inaugurada em 1954. Ela impressiona pela singeleza e pela perfeição do traço do artista que a decorou.



Informações mais detalhadas sobre esta obra podem ser encontradas em : http://blog.educacional.com.br/maristelafscj/2010/11/06/conheca-a-historia-da-capela-do-colegio-verzeri/

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quem é o atleta?

Neste domingo tive a oportunidade de assistir, pela primeira vez na vida, a algumas provas de hipismo, na modalidade saltos.
Esporte que já fazia parte dos antigos jogos olímpicos gregos, teve a regulamentação definida em 1883 e de lá para cá pouco mudou. Embora seja um esporte muito antigo, preservando a milenar interação entre homem e montaria, hoje é pouco conhecido do grande público. Esporte elitizado, por causa dos altos custos envolvidos, é inegavelmente uma modalidade olímpica de grande beleza, a única na qual homens e mulheres disputam a mesma medalha.



Percebe-se, desde o primeiro salto, que a interação do homem com o cavalo é fundamental. Não bastam um excelente cavalo e um experiente cavaleiro. Ambos devem se entender muito bem, ter uma relação quase íntima entre si.
Alguém poderia questionar: "quem neste caso é o atleta, o cavalo ou o cavaleiro?" 
Neste esporte, um não existe sem o outro. O conjunto é premiado, mas obviamente somente o cavaleiro tem o privilégio de desfrutar as honrarias.