Lua e flor

Lembrei dos versos de Oswaldo Montenegro quando fiz esta foto:

Eu amava como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor...

Cada um à sua maneira

Para sobreviver, cada um o faz à sua maneira.

Os predadores são agressivos, rápidos, usam músculos e dentes.

Este aí da foto, ao contrário, durante horas, não move um músculo sequer. Acho que nem mesmo os tem. Quer mais é parecer um vegetal, esperando que ninguém o descubra ali, tão indefeso.

De uma maneira ou de outra, todos acabam tendo sucesso nas suas estratégias, ou já não existiriam mais.

Com os homens é parecido. Hoje na praça me pus a observar. Uns vendem pipocas, os outros passam apressados, vestidos de branco da cabeça aos pés. Passa alguém cheio de livros debaixo do braço, ali perto, a moça leva as crianças para brincar. Homens engravatados e mulheres elegantes andam em grupo, olham para os lados, talvez sintam medo. Sem camisa, forte como um touro, ele vai passo a passo, a puxar um enorme carrinho cheio de sucata. Na esquina alguém vende jornal, outro vende refri. Compenetrada, uma senhora dirige um ônibus; passa um Porsche reluzente, todos olham... já foi.

Cada um à sua maneira, vai fazendo a vida acontecer.

Quem é mais feliz? Não dá para concluir nada, mas o garotinho que corre atrás da bola parece se divertir demais!!!