Céus

Dia 24 de março de 2012
12:55 - Céu ameaçador

14:46 - Céu de tranquilidade

18:23 - Céu de despedida

Variações sobre um mesmo tema, fotografadas em um intervalo de menos de 6 horas no litoral do Rio Grande do Sul.

Flamingos no RS

Clique na imagem para vê-la inteira!

Não há muitos lugares onde podemos ver flamingos no Rio Grande do Sul. Estas aves também não nidificam no Brasil. São visitantes de inverno, período do ano em que abandonam seu local de nascimento, muitas centenas de quilômetros ao sul daqui. São nossos hóspedes durante os meses mais frios do ano e na primavera retornam ao local onde nasceram, para lá garantir a continuidade da espécie. Um dos seus locais preferidos é a rasa e salinizada Lagoa do Peixe, a mais de 200 km de Porto Alegre, numa região plana, descampada e varrida por ventos fortes. Ainda assim há dias de brisa suave, quando os flamingos parecem ainda mais belos.

Milhares de asas

A princípio não se sabe bem de onde vem aquele ruído semelhante ao que o vento faz quando agita as folhas das árvores.

Logo fica claro que o farfalhar de milhares de asas agitadas freneticamente é o que se faz ouvir.

Bandos imensos de aves se preparam para a migração anual rumo ao hemisfério norte. São seus últimos dias em terras gaúchas e cada minuto tem que ser muito bem aproveitado para "encher o tanque", pois voar até o Canadá requer uma boa reserva de energia.

Para se emocionar

Uma fotografia não é capaz de retratar o que é o espetáculo das aves na Lagoa do Peixe. Enquanto róseos flamingos se alimentam com suas cabeças submersas na água, dezenas de milhares de aves voam em bando, num balé de velocidade e coordenação impressionantes, capaz de emocionar qualquer observador.

Quaresma

Os peixes que se cuidem, estamos na quaresma, época em que eles vão pra panela!

(Clique na foto para melhor apreciar a habilidade do pescador)

Birdwatching

Em 1984 muitos nos olhavam com cara de espanto e nos chamavam de excêntricos quando a Beatriz e eu nos integramos a um grupo que nos finais de semana..., pasmem: observavam aves. 

Atividade de lazer, em íntimo contato com a natureza, tem como principal propósito o conhecimento mais profundo da avifauna e por consequência de todo o ambiente necessário para sua sobrevivência e conservação. Nestes quase 30 anos muita coisa mudou e hoje já se inicia uma fase de modismo de birdwatching no Brasil, atividade que no hemisfério norte já é pop há algumas décadas. Até uma grande feira anual já temos no Brasil, chamada Avistar. Sites como Wikiaves, Xeno-canto e outros auxiliam na tarefa de identificar a fauna emplumada, que hoje é muito mais caçada do que outrora, só que ao invés de armas de fogo os caçadores passaram a utilizar câmaras fotográficas e gravadores para capturar os seus troféus.

Um sonho que acabou

De um dia para o outro ele se instalou ali, na terra de ninguém, ou melhor, na terra de todos os brasileiros, na faixa de domínio de uma rodovia. Ergueu sua casa, cuidou dos detalhes: isolamento térmico no telhado, uma boa cama, cães para lhe fazer companhia, e o principal, a bandeira mostrando a paixão pela pátria Brasil, no ponto mais alto dos seus domínios.

Ao lado da casa construiu um pequeno depósito para deixar suas ferramentas e o produto das futuras colheitas. Prevenido, colocou um guarda "forte" e "bem armado" para cuidar de tudo, porque bem sabe ele que nestes tempos modernos sempre há alguém de olho no nosso patrimônio. Como o Estado não tem dado conta de resolver o problema, decidiu que uma segurança privada era necessária.

Sem perder tempo iniciou uma bela lavoura, da qual tinha muito orgulho e esperança de boas colheitas, para prosperar na vida.

O sonho de viver com o produto da sua lavoura não durou muito. Veio a concessionária da estrada e levou o Sr. Martins, com casa, cachorro, guarda e bandeira. A lavoura se perdeu e tudo virou mato novamente. Para os padrões da nossa sociedade ele era maluco. Na verdade ele era muito divertido, trabalhador forte e incansável, tinha grandes sonhos como todos nós e aparentemente não fazia mal a ninguém. Para onde o levaram não sei, mas pelo menos ainda tive tempo de dar a ele as fotografias do sonho que acabou. 

Sashimi ao amanhecer

Usando o bico como se fossem palitos japoneses (hashi), logo após o nascer do dia, a garça se alimenta elegendo sashimi como prato preferido.

Pressão Imobiliária na Zona Sul

A expansão imobiliária para a Zona Sul de Porto Alegre é brutal. Dezenas de grandes e centenas de pequenos empreendimentos estão transformando a paisagem e o que era uma bucólica área rural, rapidamente está perdendo suas características. O pior é que começou a pressão sobre as áreas verdes ainda preservadas, como por exemplo o morro São Pedro. É importante que as autoridades tenham consciência de que este patrimônio é de todos os cidadãos e protejam o que ainda resta, não deixando que desalojem quem sempre lá morou.

Velejada noturna

Para amenizar o calor do final de semana, nada como uma velejada na fresca brisa do início de noite de domingo em Porto Alegre. A lua nasceu por volta das 21 horas. Não estava cheia como há alguns dias, mas ajudou a iluminar a rota traçada pelo capitão.

Ave rara no RS

Embora não seja uma ave ameaçada de extinção no Brasil, o Pica-pau-rei (Campephilus robustus) é bem difícil de ser observado no Rio Grande do Sul. Esta ave também não ocorre em todo o território do Estado, pois tem como limite sul de sua distribuição, as florestas da Serra do Sudeste. Na "lista vermelha" da Fundação Zoobotânica do RS, que arrola as espécies da fauna ameaçadas de extinção no RS, esta ave aparece com o status de "em perigo". Isto significa o seguinte, segundo o Decreto 41.672, Artigo 2o., Parágrafo IV:

em perigo: categoria de ameaça que inclui as espécies que
não se encontram criticamente em perigo mas correm um risco muito
alto de extinção em um futuro próximo.

As fotografias acima foram feitas na Flona (Floresta Nacional) em São Francisco de Paula, durante o último Carnaval e mostram claramente a diferença entre os gêneros do casal. O macho, com a plumagem da cabeça toda vermelha, se diferencia da fêmea, que tem uma linha clara, como se fosse um prolongamento do bico. Este é o maior pica-pau brasileiro, chegando a 36 cm de tamanho e um peso de 200 g. A destruição do habitat é a principal causa de declínio desta espécie que necessita matas de boa qualidade para sobreviver.

(Texto com colaboração de Glayson Bencke)

Cada dia como ele é

Verão cruel, calor demais, mas a Terra continua seu movimento de translação em torno do Sol e dias mais amenos estão por vir. 

Todo ano é igual. No final do inverno ninguém mais aguenta o frio e queremos dias de verão. Mal chega o calor, já há gente pedindo que o inverno volte. 

O ser humano é um insatisfeito por natureza, na eterna busca pela felicidade deseja mais que tudo, aquilo que não tem. Felizes mesmo são os que estão satisfeitos consigo mesmos, com aquilo que são, com o que têm. A vida é para ser vivida, desfrutando cada dia como ele é.