domingo, 26 de setembro de 2010

Voo magistral

Asas extremamente longas e estreitas e corpo de linhas aerodinâmicas são a configuração necessária para um planador perfeito. O albatroz passa 10 meses do ano em alto mar. Vai para a terra firme somente quando está em atividade de nidificação.

Para manter-se voando gasta pouca energia, pois aproveita em seu favor os ventos que deslizam sobre a superfície ondulada do mar. Na face inclinada de cada onda cria-se uma pequena corrente de ar ascendente. É justamente esta energia que o albatroz utiliza para elevar seu corpo no ar e planar até a próxima onda, onde novamente o vento que sobe pela face inclinada da onda eleverá o seu corpo e ele se manterá assim, planando, planando, num balé veloz, de plasticidade e beleza indescritível. Somente voando muito próximo da água é que ele aproveita o efeito vertical daquela pequena corrente de ar ascendente, dando emoção a quem observa o voo do albatroz, que dá rasantes inacreditáveis com as longas asas estendidas sobre a água.

Ele tem ainda uma adaptação engenhosa, uma membrana tendinosa que mantém as asas abertas depois que elas foram distendidas, poupando a ave de qualquer esforço muscular com este fim.


Na hora de pousar, o voo veloz exige que todos os freios aerodinâmicos sejam acionados. Nesta hora pés, cauda e asas são usados ativamente para reduzir a incrível velocidade do albatroz, permitindo que ele pouse na água para buscar alimento ou descansar.


Poder ficar longas horas a observar a maravilha que é o voo de um albatroz é um privilégio que todos deveriam poder ter na vida, uma daquelas pequenas coisas que completam a nossa existência.

Um comentário:

  1. Belo texto descritivo da tua experiência, Walter. E as fotos complementam bem a narrativa.
    Me senti a bordo também!
    Obrigado por compartilhar.
    Claiton

    ResponderExcluir