terça-feira, 20 de março de 2018

Surpresas da natureza



É difícil explicar como ela está lá. Uma ponte de pedra natural é o que restou do processo de erosão do pequeno morro perdido no meio do Pampa. Imagino que não terá vida longa, pois o processo erosivo continua a acontecer e até na foto vemos que recentemente novos pedaços se desprenderam. Dá um frio na barriga passar sobre ela e imaginar que a qualquer momento pode cair. Melhor subir em algo que parece um pouco mais sólido:


segunda-feira, 22 de maio de 2017

Depois da tempestade


Foram dois dias de fortes ventos e alguma chuva, mas no final do segundo dia veio o presente em forma de cores ao anoitecer. A Lagoa Itapeva tem uma imensa capacidade de renovar o seu encanto.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Em paz, na natureza



Ir a um lugar bonito e ficar ali, por longas horas, a esperar a luz ideal, verificando detalhes, composições, ângulos, desfrutando o momento...
É sensação de muita paz!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Onde está Walter?

Quase um ano se passou desde a minha última postagem.
Mas,... onde é que me escondi?
O certo é que não fiquei ali, onde você me vê na foto, esse tempo todo, mas uma figueira dessas dimensões serve de abrigo para muita "gente". Você já observou quantas plantas, animais e outros seres vivos crescem, se alimentam, têm casa e proteção sobre os galhos das figueiras centenárias? Várias espécies nascem, crescem e morrem sem nunca sair de cima da figueira, fazendo dela o seu mundo.

Quantos anos terá?
Quantos mais viverá?

(se você clicar sobre a foto, poderá vê-la com mais detalhes)


Foto: Beatriz S. Hasenack

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Por que contemplar a natureza?



A humanidade está tão urbanizada que muitos já não têm a menor noção de que o planeta Terra, além de ser a nossa casa, é o provedor de tudo o que temos. Muitos acham que com bastante dinheiro podem comprar tudo o que querem, sem limite. 

Se todos tivessem o padrão de vida dos norteamericanos, seriam necessários seis planetas para suprir as necessidades de toda a humanidade. Se todos vivessem como os alemães, seriam necessários quase quatro planetas iguais à Terra para que os recursos explorados fossem suficientes para os 7 bilhões de humanos.

Daí é fácil concluir de que teremos que passar a viver com menos. O problema é que o principal objetivo do dia a dia da maioria dos humanos é crescer, é ganhar mais, é consumir mais. Assim um grande paradoxo está colocado. O pior é que a maioria das pessoas não têm a menor noção do que está acontecendo e consomem como se todos os recursos fossem infinitos. 

Qual será o freio? 

No meu modo de ver o freio será o caos, seja ele econômico, de abastecimento, ou provavelmente quando chegar a hora, ambos juntos. Só quando um litro de água for disputado como um tesouro e quando a falta de comida gerar conflitos, é que as pessoas se darão conta que água limpa é um bem precioso e que comida não cresce no supermercado. Neste momento talvez a humanidade se dará conta de que a grande maioria dos bens "indispensáveis", pelos quais nos esforçamos e trabalhamos tanto a cada dia, são na verdade quase todos supérfluos e que o homem esqueceu que é de ambientes naturais bem cuidados e preservados que vem toda a riqueza da terra. Agora, criar na cabeça das pessoas a consciência que elas devem viver com menos, só o caos conseguirá - isto se ainda houver tempo.

Contemplar a natureza nos ajuda a entender o que está acontecendo no planeta. Quando vemos quão ricos são os ambientes naturais e quão delicado é o seu equilíbrio, passamos a entender que temos que ter extremo cuidado ao usar os recursos limitados da Terra.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Natureza Brasileira no Trem


Quando você não tiver nada para fazer, pegue o trem metropolitano de Porto Alegre (Trensurb) e vá até a estação Petrobrás.
Lá você poderá ver aves, mamíferos, insetos, árvores e flores. Através de mosaicos, que cobrem os pilares da estação, foram retratados elementos da fauna e da flora do Brasil.
É uma pena que estejam em uma das estações com menor movimento da linha. Estão lá porque foram patrocinados pela empresa que dá nome à estação. Tomara que iniciativas semelhantes sejam repetidas em outras estações, principalmente nas de maior movimento.
















domingo, 31 de agosto de 2014

Grafismo serrano



Para compor uma paisagem serrana bastam duas araucárias, céu azul, uma estarda de terra e o campo em duas cores. Simplicidade também pode ser sinônimo de beleza.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A última geada





Posso estar errado, mas acho que geada como esta só no inverno que vem. Agosto está se despedindo e ontem de manhã, dia 28, a madrugada pintou os campos de branco em muitas regiões aqui no RS.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

No alto da montanha



No alto da montanha havia uma cruz e exatamente sobre ela abriu-se uma janela nas nuvens, permitindo a passagem dos raios solares!

domingo, 29 de junho de 2014

Um tesouro mal guardado


A paisagem do Pampa gaúcho é quase toda assim: terras planas e gado pastando em campos a perder de vista. Quando as tempestades se formam, podemos vê-las de longe. Árvores quase não há, a menos que sejam plantadas pelo homem, como são os eucaliptos.


Existe, no entanto, lá no cantinho oeste do Rio Grande, junto à tríplice fronteira entre o Brasil, o Uruguai e a Argentina, no município de Barra do Quaraí, um lugar muito especial. Trata-se da única savana, parecida com a da África, que temos no Brasil. É uma paisagem típica de parte do nordeste da Argentina e também do noroeste do Uruguai, que ultrapassa as fronteiras com os países vizinhos e adentra terras brasileiras. Paisagens deste tipo são chamadas de "formação parque" e nelas vemos árvores nativas, de pequeno porte, espalhadas aleatoriamente pela pradaria. Um dia esta formação ocupava uma área considerável às margens dos rios Quaraí e Uruguai, mas a demanda por lenha, moerões de cerca e por áreas para agricultura fizeram com que hoje esta formação esteja  quase que exclusivamente restrita ao Parque Estadual do Espinilho, uma unidade de conservação criada em 1975 e ampliada em 2002, que tem hoje uma área de 1.617 ha. Só pelo fato de que esta paisagem é única no Brasil, já podemos dizer que o Parque do Espinilho guarda um tesouro.


Existem, porém, neste parque, muitos outros tesouros. O mais precioso deles é, sem dúvidas, o cardeal-amarelo, uma ave linda, com um canto forte e melodioso, muito cobiçada por passarinheiros e principalmente por traficantes de animais silvestres. Esta ave tem, no Parque Estadual do Espinilho, a única população conhecida no Brasil e por isto considerada criticamente em perigo de extinção. Cientistas que estudam o cardeal-amarelo afirmam que "a captura crônica de indivíduos na natureza para criação em cativeiro e abastecimento do mercado ilegal de aves silvestres, fizeram com que esta ave praticamente desaparecesse do RS". Hoje a população conhecida é de menos de 30 indivíduos, todos restritos à área do Parque Estadual do Espinilho. Isto é tudo o que resta no nosso país. É, portanto, uma preciosidade, um tesouro a ser guardado e protegido a qualquer custo.


Qualquer Parque Estadual deve, com certeza, ser bem vigiado. Se ele abrigar e for o último refúgio de um tesouro muito especial, como é a população remanescente de cardeais-amarelos no Brasil, esta vigilância deve ser redobrada.
O fiel depositário deste tesouro é o Estado, responsável pela Unidade de Conservação e como tal, obrigado por lei e por compromisso moral a protegê-lo.
E qual é hoje a real situação da área?
Nos dias 20 e 21 e junho passados constatei, junto com amigos do COA-POA (Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre), uma situação de alto risco no Parque Estadual do Espinilho. Esta Unidade de Conservação tem apenas uma funcionária, justamente a gestora do Parque. Não há nenhum guarda-parque contratado e o que estava de serviço naqueles dias, havia sido cedido por outra Unidade de Conservação do Estado, por apenas duas semanas. Por ser de outro Parque ele obviamente não conhecia a área e pior, estava desarmado, porque os portes de arma de todos os guardas de unidades de conservação do Estado do RS estão vencidos e não foram renovados.
Esta situação é extremamente grave. Temos um patrimônio precioso que está à mercê de pessoas mal intencionadas, que ante esta falta de providências do Estado, podem agir na ilegalidade, com uma probabilidade muito baixa de serem molestadas.
Populares do município de Barra do Quaraí, com os quais conversamos, nos contaram que é de conhecimento público que a prática de caça e retirada de madeira para moerões de cerca de dentro deste Parque Estadual acontece.
É obrigação do Estado zelar por este patrimônio único (assim como por todas as outras unidades de conservação) através do provimento de recursos humanos e materiais suficientes para a garantia da segurança do Parque Estadual do Espinilho e dos tesouros nele contidos.
É obrigação dos cidadãos exigir que o Estado cumpra integralmente a sua função na proteção das unidades de conservação.
Da maneira como o Parque do Espinilho está desprotegido, corremos o risco de cedo ou tarde termos de apreciar o por do sol, às margens do rio Quaraí, sem ouvirmos o canto do cardeal-amarelo.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Paródia do Pampa

Parodiando o poeta:
Nossos campos têm mais cores,
Nossas vidas mais amores!





quarta-feira, 11 de junho de 2014

Homens do pampa

Cuidar de ovelhas, do gado, fazer cercas - estas são as atividades diárias dos homens no pampa gaúcho (na ordem das fotografias, um capataz de fazenda, um alambrador e um pastor de ovelhas). Pessoas simples, com belas histórias de vida, sempre dispostas a compartilha-las, sem pressa, com quem chega. A urgência do cotidiano urbano não existe e por isto sempre há tempo para uma boa prosa.





quinta-feira, 5 de junho de 2014

Aos peixes de Torres


Peixes, cuidem-se!
Em Torres tem gente demais querendo pegar vocês, todos os dias, a qualquer hora, em todos os lugares, de todas as maneiras, com qualquer tempo, mesmo que haja ressaca no mar.





quinta-feira, 29 de maio de 2014

O exemplo de Ygor, o gigante uruguaio


Lá onde o Rio Grande do Sul termina, junto à linha de marcos que separam o nosso Estado do Uruguai, encontra-se Thomaz Albornoz, um minúsculo lugarejo, esquecido pelas autoridades, desconhecido de quase todos os brasileiros, numa terra de horizontes planos, onde em dias nublados de inverno o frio e o vento fazem com que as pessoas mantenham-se dentro de casa.


Por detrás do marco limítrofe entre Brasil e Uruguai está o primeiro estabelecimento comercial brasileiro. Nele, mais do que em qualquer shopping center de uma grande cidade, encontra-se realmente de tudo.


Vitrines e holofotes, no Varejão Macanudo, não há. Assim, é na rua que colocam as amostras das mercadorias para atrair os compradores. Tanques de lavar roupa, pneus para moto, botijões de gás, ponchos, botas, boinas, arreios e refrigerantes, são só alguns dos artigos que ali podem ser encontrados. Com o frio que está fazendo os clientes são raros e como o último ladrão de galinhas foi morto há muito tempo, um orgulhoso galo desfila tranquilamente em frente ao estabelecimento, sem ser incomodado por ninguém.


O dia está nublado, faz frio, os clientes do Varejão Macanudo não apareceram, as pessoas estão abrigadas em suas casas, as duas ruas de Thomaz Albornoz estão completamente vazias. Mas em tempos de Copa do Mundo, o clássico Brasil e Uruguai não pode deixar de ser disputado e como é costume, a cada final de tarde os atletas comparecem pontualmente ao local do jogo. Orgulhosamente os jogadores posam para uma foto. Uniforme eles não têm, chuteiras muito menos, mas mesmo naquele rincão esquecido as grifes americanas conseguiram colocar a sua marca no peito de três adolescentes. Diferenças de idade, porte físico e habilidades são ignoradas. A amizade, que para eles vale mais que qualquer rivalidade, permite reunir em um só retrato ambos os times. Só eles é que sabem quem defende qual país.


O jogo começa. O campo é ali mesmo, no meio da rua de terra e a bola deve ser chutada entre duas pedras colocadas no chão. A batalha é mortal. Os jogadores dão tudo pela sua pátria. Acho que é assim que surgem os Romários, os Neimares e outros iluminados, que um dia correram atrás da bola num campinho de terra batida em algum recanto pobre deste país, para depois tornarem-se milionárias estrelas mundiais.


A plateia é composta apenas pelo amigo gordinho que preferiu andar de bicicleta, mas parou para dar uma olhadinha no clássico. Isto em nada diminuiu o empenho e a entrega dos jogadores pela sua pátria.


Como é de costume, o pior, ou neste caso, o menor, joga de goleiro. No gol está Ygor, com quatro anos de idade. Ele provavelmente ainda nem compreende o que acontece naquele casarão verde à sua direita, onde todas as noites os peões de estância vêm descarregar as suas tensões nos braços da loiríssima Xuxinha, mas já é homem suficiente para defender, corajosamente, com pose de dono da posição, a meta uruguaia.


O ataque brasileiro avança firme em direção ao gol adversário.


A batalha é dura, a defesa falha e o petardo sai certeiro e forte em direção ao gol. Só que lá está Ygor. Ele não recua, oferece o rosto à bola, evitando que o Brasil faça o gol.


O impacto é cruel e o choro ele não consegue conter. A assistência é dada pelo companheiro de defesa, muitos anos mais velho, que invoca o brio uruguaio, exige coragem e o dever de dar tudo pela pátria.


Prontamente o pequeno Ygor se recompõe e assume honradamente a posição de um gigante na defesa do seu país, sem exigir nada em troca.


É de fazer inveja a muito marmanjo - um exemplo para muita gente!

Clique sobre as fotos para vê-las em tamanho maior.