terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Luigi del Re

Haverá dor maior que a perda de um filho?

Conheci Luigi del Re em 1985. Participávamos, a Beatriz e eu, ativamente do COA (Clube de Observadores de Aves). Éramos ainda bem jovens, pouco mais de 20 anos, quando um dia apareceu um senhor alto, magro, com seus 60 anos, bastante calado, e quando falava deixava transparecer claramente seu sotaque italiano. Grande companheiro das atividades do COA durante muitos anos, nunca deixou de contribuir com suas preciosas crônicas, veiculadas nos jornais do COA daquela época, com sua amizade e com seu bom humor e também sua experiência de vida.
Ele falava pouco e poucas vezes tocou no assunto que tanto o martirizava e quando o fez foi de maneira muito superficial, nunca entrando em maiores detalhes.

A verdadeira profundidade da sua dor eu fiquei conhecendo há poucos dias, quando li seu livro intitulado “Bruno e os elefantes marinhos”.

Na dedicatória, escrita em dezembro de 2009, aos 87 anos, Luigi diz: “...talvez tu não sonhasses, mas as saídas com vocês, na época do COA, foram uma boa ajuda para mim, numa fase triste da minha vida.”

Seu livro todos deveriam ler, pois como diz Lya Luft na capa trazeira do livro: “Não é um livro sobre a morte: é uma obra sobre o amor de um pai. E como tal, faz parte dos livros que devem ser lidos porque, de certa forma, tornam a gente melhor.”

Obrigado amigo Luigi por publicar esta sua coletânia de crônicas sobre as lembranças de seu filho. Ainda que sua dor fosse quase insuportável, nos deu a oportunidade de nos tornarmos pessoas melhores.


Esta foto foi tirada em dezembro de 2008 num reencontro com Luigi del Re e Marcelo Medaglia, antigos companheiros do COA.

Um comentário: