sábado, 29 de outubro de 2011

Dia histórico

O dia amanheceu lindo, sem nuvens, com temperatura agradável, a cidade está colorida pelos jacarandás em flor, ambiente perfeito para a abertura da 57a. feira do livro de Porto Alegre. 
Mas o dia  28 de outubro de 2011 vai entrar para a história por outro fato, a reativação da ligação fluvial entre Porto Alegre e Guaíba, após mais de 50 anos de suspensão destes serviços.

Dois modernos catamarãs garantem uma travessia rápida, segura e confortável aos 120 passageiros de cada embarcação e que em apenas 20 minutos após a partida, estarão na margem oposta do Guaíba. O percurso segue o canal navegável do rio Guaíba, que margeia a capital gaúcha desde o armazém B3 do cais do porto até as imediações do clube Veleiros do Sul, proporcionando uma linda vista da cidade aos passageiros.
Os terminais de embarque, tanto em Porto Alegre quanto em Guaíba são confortáveis, limpos e organizados.
As próximas duas semanas são perfeitas para um programa que combina travessia do Rio Guaíba e Feira do Livro. Tome o barco em Porto Alegre às 17 horas. Você chegará em Guaíba às 17:20. Dá tempo para subir as ladeiras de Guaíba, conhecer a igreja e as casas coloniais que ficam no alto da colina, descer pelas escadarias, caminhar pela calçada que margeia o rio e tomar o barco de volta às 18:30, chegando em Porto Alegre às 18:50, justo em tempo para desfrutar o final do dia na Feira do Livro. Escolha para isto um dia ensolarado e assim a luz  do final da tarde estará favorável para desfrutar a vista da capital a partir do rio Guaíba.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Gramado e Serra Gaúcha


Juntamente com o calendário de Porto Alegre, a S&H Editora estará lançando um outro calendário, como mesmo tamanho e formato, com o tema "Gramado e Serra Gaúcha". Ele é ilustrado com fotografias de Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Picada Café, São José dos Ausentes e Cambará do Sul. As imagens são de Walter Hasenack e Beatriz Hasenack. Deverá estar nas lojas a partir de 21 de outubro. Maiores detalhes podem ser vistos em www.sheditora.blogspot.com

domingo, 9 de outubro de 2011

Calendário de Porto Alegre

Em mais alguns dias estará nas livrarias da capital gaúcha o novo calendário temático da S&H Editora. Com fotografias de alguns dos mais conhecidos locais, prédios e monumentos de Porto Alegre, este calendário terá um formato inédito, pois poderá ser usado tanto como calendário de mesa quanto de parede. Que escolhe é o usuário. Maiores detalhes em www.sheditora.blogspot.com sob o código POA 2012. Todas as imagens são de Walter Hasenack.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Três vezes 13

O ano era 1972 e de ônibus, no dia 4 de outubro, chegávamos de volta à casa. Havíamos partido do Rio de Janeiro, onde chegáramos de navio. A viagem havia iniciado 15 dias antes na Alemanha. De ônibus cruzamos os Alpes, onde vimos as primeiras neves do outono, e chegamos a Gênova, na Itália, cidade portuária da qual partiu o navio. Era o final de uma viagem de 4 meses. Naquela época algumas pessoas ainda viajavam de navio, pois era bem mais barato do que viajar de avião. A vida também era levada num ritmo muito mais lento, sem a urgência que temos hoje. Fico feliz de ter podido viver o final de uma época que não voltaria mais.

Após deixar o porto de Gênova, o navio fez uma escala de algumas horas em Barcelona. Foi o bastante para podermos ver a igreja Sagrada Família, o monumento a Cristóvão Colombo e uma réplica da caravela Santa Maria, com a qual Colombo descobriu a América.

Para chegar a Lisboa utilizamos a mesma via fluvial pela qual saíam ao mar os grandes navegadores dos séculos XV e XVI, o rio Tejo.

Seguiram-se 8 dias de mar. Deitado no beliche da pequena cabine que ocupamos, eu tinha uma visão privilegiada e pela escotilha observava durante horas os curtos planeios dos peixes voadores que a proa do navio afugentava. O lazer a bordo era pouco. Havia alguns jogos de tombadilho e uma pequena piscina com água fresquinha bombeada continuamente do mar, uma verdadeira maravilha para um menino de 11 anos.



Como o navio era de banderia italiana, à mesa nunca faltou uma boa macarronada com um excelente molho bolonhês. Eu ainda tinha direito a um refrigerante a cada refeição. Era quase o paraíso!

Àqueles que cruzaram pela primeira vez em suas vidas a linha do Equador coube o tradicional batismo de Netuno.

Avistamos terras brasileiras por alguns minutos quando o navio passou ao largo do arquipélago de Fernando de Noronha, que ainda estava verde, apesar de que a estação seca já havia iniciado.

No amanhecer do dia seguinte a tão esperada vista da entrada da baía de Guanabara foi frustrada pela chuva fina que caía, deixando a paisagem cinzenta. Estávamos de volta à terra brasileira.


Na viagem de ônibus do Rio de Janeiro a Porto Alegre eu li a primeira revista Quatro Rodas da minha vida, pois Émerson Fittipaldi havia sido campeão de fórmula 1 pela Lotus. Eu trazia da Europa uma calculadora mecânica de mão que somava e subtraía, que assombrou meus amigos. De volta ao lar comecei a fazer pequenos trabalhos no jardim das casas dos vizinhos para juntar dinheiro, pois sonhava em comprar um gravador de fita cassete, o prodígio da indústia eletrônica da época. Tinha também planos de fazer um curso de datilografia, pois uma vez concluído o curso eu ganharia uma máquina de escrever usada, para fazer os trabalhos da escola.
Algo que lembro muito bem é que durante esta viagem os meus pais seguidamente recordavam momentos  de uma outra viagem que haviam feito 13 anos antes aos EUA. Quando contavam algo de lá sempre iniciavam com uma frase como esta: "Há 13 anos, quando estivemos nos EUA...."
Eu escutava e para mim, então com 11 anos de idade, estes 13 anos aos quais se referiam, pareciam quase a eternidade.
Olhando as fotos da viagem de 1972 me dou conta que desde então já  se passaram três vezes 13 anos e que tudo foi muito rápido, talvez rápido até demais.