quinta-feira, 28 de junho de 2012

Uma feira muito especial

Nas manhãs de sábado, seja inverno ou verão, faça chuva ou faça sol, eles estão lá. A maioria acordou muito cedo. Muitos viajaram 200 quilômetros ou mais, para estar com suas bancas montadas antes das 6:30 da manhã. São os agricultores ecológicos que trazem seus produtos, livres de agrotóxicos  e outros elementos químicos sintéticos, para serem ofertados aos habitantes de Porto Alegre.






Criada em 1989, esta feira não é simplesmente um local de troca de produtos por dinheiro. Ao longo dos anos tornou-se muito mais do que isto. Hoje é um local de troca de ideias, do encontro da gente do campo com a gente da cidade. É um espaço democrático, junto ao Parque da Redenção, onde ambos os lados se respeitam e reconhecem a importância que cada um deles tem na sociedade atual. É ali que são discutidos temas ecológicos, ambientais, de saúde e bem-estar do ser humano.



São dois quarteirões da cidade de Porto Alegre que, nas manhãs de sábado, têm o poder de transportar os habitantes da cidade para o campo.  É um local diferente, único, com uma incrível variedade de produtos, cores, aromas e sabores. Não apenas isto, ali  acontece o encontro de uma grande diversidade cultural, social e comportamental, todos convivendo em harmonia e respeito mútuo, dando a oportunidade para um conhecer as virtudes e qualidades do outro.


terça-feira, 26 de junho de 2012

O ocaso de um gigante



No sábado passado a Sogipa sediou algumas provas de atletismo, entre elas a de salto triplo masculino. Para minha surpresa Jardel Gregório estava lá. Grande esperança brasileira de medalha nas olimpíadas de Atenas em 2004 e Pequim em 2008, acabou ficando com honrosos quinto e sexto lugares respectivamente.
O que impressiona à primeira vista é o tamanho do atleta. Os 2,02 metros de altura e os 104 quilos poderiam sugerir um atleta pesado e lento, mas já antes da prova, ficou claro a grande diferença entre ele e os outros atletas, quer seja pela concentração e aplicação no aquecimento, quer pela rapidez, energia e leveza dos seus movimentos.
Embora neste sábado o seu melhor salto tenha sido exatamente um metro abaixo da sua melhor marca, conquistada em 2007, Jardel saltou quase dois metros mais do que o segundo colocado, demonstrando claramente o abismo que separa um atleta olímpico, ainda que em declínio, de atletas comuns. 





A sua marca foi anotada num modesto painel analógico, que nada tem a ver com os glamourosos painéis digitais dos eventos internacionais.
A vida da grande maioria dos atletas é assim, difícil. São muitos e muitos anos de dedicação para chegar quase ao topo. O declínio e o esquecimento vêm rápido. O sucesso completo é para poucos e ainda assim todos terminam a carreira em eventos de pequena importância, assistidos por aqueles que como eu, por acaso passavam pelo clube para curtir o sol, numa fria manhã de sábado.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Divisão de renda


Gilberto Gil escreveu sobre este enorme problema que assola o Brasil em "A Novidade":

Oh! Mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Oh! De um lado esse carnaval
De outro a fome total
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!...

A foto eu fiz em 2004 e nestes últimos 8 anos nos fizeram acreditar que tudo ficou muito melhor. 
Será? 
Olhando ao redor às vezes acho que o abismo aumentou. O peixinho engordou algumas gramas, mas o peixão ganhou muitos quilos.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O cogumelo dos contos de fadas

Quem na infância já não desenhou um cogumelo vermelho com pintinhas brancas, o famoso cogumelo dos contos de fadas?
Lindo, talvez o cogumelo mais bonito que existe, mas venenoso. Quem sabe vem daí a grande rejeição ao consumo de cogumelos comestíveis.
Este cogumelo tem o nome científico de Amanita muscaria e começa assim, como na foto a seguir, parece um pão-de-queijo saindo da terra.

Crescendo um pouco, o chapéu tem ainda uma forma esférica, mas já apresenta a coloração vermelha e as famosas pintas brancas.

Com o chapéu todo aberto ele tem a forma definitiva, que todos conhecemos.



domingo, 17 de junho de 2012

Eu escolhi o outono



Certa vez, em uma aula de italiano, o tema era as estações do ano. A professora perguntou qual a estação que os alunos mais gostavam. Éramos 12 na classe e somente eu escolhi o outono. A cada ano que passa me convenço que fiz a escolha correta.

sábado, 16 de junho de 2012

Brincando com sombras e silhuetas

Quando criança, nos finais de tarde, eu adorava brincar com as sombras gigantes. Criava personagens e imaginava batalhas destas figuras deproporcionais.


A contra-luz eu descobri bem mais tarde, quando comecei a me interessar pela fotografia. Há momentos em que também podemos criar imagens  interessantes ou divertidas, aproveitando as silhuetas de pessoas, animais ou objetos.



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Molduras naturais


Moldura é um elemento decorativo que tem, entre outras finalidades, a de acentuar ou destacar a obra. Então no meu modo de ver qualquer objeto pode ser uma moldura, mesmo um tronco de árvore retorcido e jogado na beira do rio pela última enchente.






quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dunas geladas


No sábado passado, ao nascer do sol, resolvi fazer algumas fotos nas dunas do Balneário Atlântico, perto de Rondinha, no município de Arroio do Sal, no litoral norte do RS. O dia começou com um céu azul intenso e a temperatura era de apenas um grau centígrado à beira-mar.

Ao observar as dunas, olhando de sul para norte, enquanto a penumbra dava lugar à luz do dia, percebi que estas, ao invés de exibirem uma cor areia alaranjada, o que seria normal para a hora do nascer do sol, tinham uma estranha coloração esbranquiçada.



Além disto, as dunas brilhavam ao sol da manhã como se entre os grãos de areia estivessem escondidos milhares de diamantes.


Foi só aí que percebi que as dunas estavam cobertas por uma fina camada de geada, dando ao ambiente um visual espetacular, um fenômeno lindo. Na verdade a geada cobria somente a face sul das dunas, justamente a face que eu visualizava e que nesta época do ano recebe pouco calor do sol. A face norte não acumulou a geada e por isto exibia a cor areia, saturada pela luz da do sol, ainda bem próximo da linha do horizonte.




Em poucos minutos os raios solares começaram a derreter a tênue camada de gelo, dando uma coloração mais escura à areia umedecida e com isto criando nuances cromáticas muito bonitas.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Estrada da Rocinha

A madrugada do sábado passado foi muito gelada e às 12 horas, quando subíamos a estrada da Rocinha, ainda havia geada na face sul das montanhas, a face que o sol não alcança nesta época do ano.

O pavimento é bem ruim, mas a visão dos picos, contrafortes e cânions é privilegiada nesta estrada, umas das tantas que liga a planície litorânea ao alto das montanhas da Serra do Mar, na região Sul do nosso país. O dia estava perfeito, com céu azul. Segundo relatos de quem passou a noite no alto da montanha, a temperatura na madrugada chegou a 7 graus centígrados negativos, congelando a superfície dos lagos. Ao meio-dia a temperatura estava ao redor de 7 graus no alto da montanha. No vale fazia 12 graus.

A Rocinha é uma estrada para ser desfrutada pouco a pouco, sem pressa, pois os pontos de parada são muitos, cada um deles com uma vista diferente. Reserve pelo menos 4 horas se quiser subir e descer a estrada contemplando a paisagem em todos os seus detalhes, mas escolha um dia de atmosfera limpa, ou haverá o risco de não ver nada.



Clique sobre a foto acima para ampliar (panorâmica)



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Praia da Guarita na madrugada


A madrugada pode nos dar imagens diferentes de lugares que costumamos frequentar durante o dia. Assim foi a madrugada do último domingo, quando fiz as imagens abaixo, na praia da Guarita em Torres. Fazia apenas 4 graus centígrados quando  lá cheguei e nem os pescadores ainda haviam chegado. Apenas quando o sol estava nascendo no horizonte é que eles preparavam o seu equipamento para iniciar a pescaria.





Itapeva diferente


Apesar de haver sido um dia de muito sol, o entardecer da última sexta-feira foi gelado à beira da lagoa Itapeva. A seca que castiga o Rio Grande do Sul há sete meses fez com que o nível da água da lagoa estivesse extremamente baixo, deixando grandes porções de areia à mostra, fazendo com que se pudesse andar à beira da lagoa, por lugares nunca antes alcançados. Velejar nem passou por minha cabeça, pois o frio e a água baixa não convidavam para o esporte, mas as luzes do outono revelaram lindas paisagens, com cores saturadas, que deixaram o cenário muito bonito.